Musics

domingo, 5 de novembro de 2017

Solteira, porque acredito no amor.


"Estar solteiro nem sempre é uma escolha. Eu mesma já estive solteira mesmo querendo o contrário. Mas a Vida é isso mesmo. Querer e nem sempre ter. Só que hoje, após tantas situações, eu escolhi não estar em um relacionamento apenas por estar; e escolhi isso com toda a minha alma e coração.
Quando o cara não me tratou com respeito, eu escolhi ficar solteira porque eu acreditava no amor e eu sabia que amor não era aquilo. Quando o cara me proibiu de viver, eu escolhi estar solteira porque eu acreditava no amor e o amor não era aquilo. Quando o cara falou demais de si e não quis me ouvir, quando o cara falou de menos e omitiu que tinha uma namorada…. Em inúmeros casos, eu escolhi estar solteira porque eu acreditei que o amor estava longe de ser aquilo. Acontece que muitas pessoas se acostumam com migalhas, com relacionamentos abusivos, com traições e descaso e acham que sacrifício é amor. Aceitam qualquer coisa que lhe oferecem e esquecem do próprio valor.

Não acho que a gente domine nossos sentimentos, mas já dizia Nina Simone: “Você tem que aprender a levantar-se da mesa quando o amor não está mais sendo servido.”. Nós temos toda e total capacidade de fugir das ciladas disfarçadas de “Amor”. Na verdade, nós temos mais que a capacidade de fazê-lo. Nós temos é a OBRIGAÇÃO. Somos responsáveis por nossas escolhas e decisões.

Há algum tempo, eu me apaixonei. Me apaixonei de ficar sonhando acordada e escrever poesias. Paixão é tórrida, uma coisa meio urgente, algo que não sabe esperar. Paixão é igual criança: quer porque quer, deita no chão e esperneia. Eu não tinha olhos pra mais ninguém, essa era a verdade. E eu não tinha como mudar esse sentimento. Fugir do que eu estava sentindo era como fugir de mim mesma. Só que há algo muito bom na paixão: ela por si só é fugaz. O véu da ilusão sempre cai. Paixão é um fogo que não se sustenta sozinho. Ou se transforma em amor ou acaba. Se transforma em amor quando há reciprocidade, conquista contínua, respeito e admiração por quem está ao nosso lado. Mas se o respeito acaba, se a conquista se torna falha, se os argumentos se tornam fracos… até o desejo diminui. A paixão é frágil porque não é construída em cima de alicerces sólidos e sim em cima de desejo, atração, situação… E tudo isso é efêmero. E como é!

O meu coração foi desapaixonando dessa tal pessoa. Nada mais naquela “relação” me fazia suspirar. O prato que antes me atraía já não mais me era servido. E eu resolvi me afastar daquilo porque eu acreditava no amor e eu sabia que aquilo que eu estava vivendo e sentindo estava longe de ser amor. Era dor, carência e apego. E então eu optei mais uma vez por ficar solteira. Fácil não foi, mas foi o que me permitiu cair fora de algo ilusório.

Por ser uma romântica e acreditar no amor, eu tenho me tornado mais exigente. Amor não sobrevive e nunca sobreviveu com falta de consideração, falta de interesse real na vida do outro e muito menos com falta de respeito. Amor não nasce de papo furado nem de sumiços seguidos de aparecimentos repentinos. O amor está na constância. Para haver Amor é preciso sintonia também. Sintonia das ideias. É preciso admirar quem está ao nosso lado. É preciso ser amigo, parceiro, companheiro. Não que eu exija um tipo específico de pessoa para amar. Muito pelo contrário, eu quero mais é que a vida me surpreenda. Mas eu exijo que para estar ao meu lado, o outro esteja não só disposto a receber, mas a oferecer também.

Então, quando alguma tia, algum colega ou quem quer que seja me diz: “Nossa, você é tão interessante, inteligente, legal, bonita… Por que está solteira?”. Eu apenas respondo: Eu estou solteira, porque acredito no amor. E assim permanecerei até que um dia apareça aquele um que faça meu coração acelerar, e as pupilas dilatarem e que sobretudo decida ficar. Até que apareça aquele um com quem eu vou ter tanta sintonia e papo que o relógio perderá a sua utilidade quando estivermos juntos. Até que apareça aquele um que queira receber o tanto que eu tenho a doar, mas que esteja disposto a se doar também, inteiramente, com seus defeitos, medos, qualidades e essência. Corpo com Corpo. Mente com Mente. Alma com Alma. Coração com Coração.
Mas enquanto ele não vem, eu sigo solteira. E eu sigo solteira porque eu acredito no amor."

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